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YaraLinss_Foto_Bobradek1(Foto: Bob Radek)

O artigo de hoje tem como tema a  cantora e compositora Yara Linss. Ela é metade alemã, metade brasileira, e lançou um CD em que se dedica totalmente à sua origem e aos mais diferentes ritmos musicais brasileiros. Leia abaixo a entrevista que fiz com ela sobre sua vida entre duas culturas e seus trabalhos musicais:

Entre duas culturas (EDC): Yara, conte-nos um pouco sobre você: Onde nasceu, cresceu e  reside no momento?
Yara Linss: Nasci em São Paulo. Com quatro anos me mudei para a Alemanha e cresci em Ulm  [EDC: cidade situada na região da Bavária, sul da Alemanha].

EDC: Você é filha de mãe brasileira e pai alemão. Qual era/ é a língua de comunicação na sua família? Existe algum assunto que você prefere tratar em português ou em alemão?
Yara Linss: Quando nos mudamos para a Alemanha, minha mãe começou a falar alemão comigo e meus irmãos, para que ela pudesse aprender melhor a língua. Desde então o alemão tornou-se a nossa língua principal em casa. Mas em situações mais sérias nós falamos português. Na maior parte do meu dia a dia eu falo alemão, mas eu sempre fico feliz em poder conversar em português com meus amigos brasileiros, quando me encontro com eles.

EDC: Quem vive entre duas culturas, geralmente tem o coração dividido. Que parte sua é alemã e que parte é brasileira?
Yara Linss: Tratando-se de amizades, da vida em grupos ou de aproximar-se de alguém, eu tenho a sensação de ser mais brasileira do que alemã. Comigo essas coisas acontecem mais rapidamente do que o normal aqui na Alemanha. Mas tratando-se do dia a dia e de organização, eu sou bem alemã, bem organizada e pontual (rsrs). Confesso que gosto muito desse  “coração dividido”, pois ele faz de mim uma pessoa mais aberta e curiosa em relação a tudo que não conheço.

EDC: Você viaja com frequência ao Brasil? Sente falta de algo típico brasileiro aqui na Alemanha?
Yara Linss: Eu tento viajar com uma certa regularidade para o Brasil. Mas não é fácil, já que a passagem é muito cara. Eu sinto muito a falta de pão de queijo, churrasco, da grande variedade de frutas (e do sabor intensivo que eles têm), de caipirinha, queijo catupiry, pizza de São Paulo, samba e forró.

EDC: Quando você começou a cantar? E quando decidiu seguir a carreira de cantora profissional?
Yara Linss: Aos 17 anos comecei a cantar em um coral de Ulm e tive aula de canto. Depois de me formar no segundo grau, entrei na faculdade de Música, tendo canto como foco. Primeiro segui a linha clássica, depois mudei para jazz. Estudei em Maastricht (Holanda) e depois em Nuremberg.

EDC: Conte-nos um pouco acerca do seu estilo musical e do seu CD “Samambaia”.
Yara Linss: Fui influenciada por muitos estilos musicais – começando por música clássica, estilo que eu conheci principalmente durante os anos na escola, mais necessariamente através das aulas de música e de violino. Na faculdade, minha matéria principal era jazz, o estilo que, naquela época, mais me fascinou e ao qual dediquei boa parte do meu tempo. A música brasileira sempre me acompanhou durante esse período e de forma bem natural.
Depois dos meus dois últimos álbuns, em que me dediquei totalmente à liberdade típica do jazz, eu quis fechar o círculo, voltando musicalmente falando para o Brasil. Isso me fez muito bem. Principalmente porque achei no João, André e Márcio três músicos maravilhosos que, de forma bem natural, me ajudaram a colocar tudo em prática. E por isso eu estou muito feliz e contente em ter criado com eles um CD tão lindo. Tem canções do João, outras minhas e também algumas que compusemos em conjunto. Também gosto de sonorizar textos que encontro de outros poetas. Gosto em especial do poema que deu título ao CD – Samambaia –, da poetisa brasileira Maria Lúcia dal Farra. Na canção Sou marinheira quis expressar a saudade constante do Brasil que existe dentro de mim. Os estilos musicais que fazem parte deste CD são tão diversos quanto a música brasileira em si – Baião, Xote, Maracatu, Samba, MPB, Bossa Nova, Choro… Para matar a saudade!


Para ler mais acerca do trabalho musical da Yara, clique aqui. E se você mora no Sul da Alemanha, que tal ir a um concerto ao vivo dela? Veja aqui as datas e as cidades em que ela se apresentará.

Obrigada, querida Yara, pelo lindo CD e pela entrevista para o blog!

Me despeço ao som de um sambinha gostoso e que dá saudade da terrinha:)

Até a próxima,
Rode


YaraLinss_Foto_BobRadek2(Foto: Bob Radek)

Heute präsentiere ich euch die deutsch-brasilianische Sängerin und Songwriterin Yara Linss. Auf ihrer CD „Samambaia“ widmet sie sich ihren brasilianischen Wurzeln und begeistert mit verschiedenen musikalischen Rhythmen. Hier das Interview, das ich mit ihr geführt habe:

Entre duas culturas (EDC): Yara, erzähl‘ uns ein wenig über dich: Wo bist du geboren, aufgewachsen und wo lebst du zur Zeit?
Yara Linss: Ich bin in São Paulo geboren, im Alter von 4 Jahren kam ich nach Deutschland und wuchs in Ulm auf. Momentan lebe ich in Fürth, bei Nürnberg.

EDC: Du hast eine brasilianische Mutter und einen deutschen Vater. Welche war/ist eure Familiensprache? Gibt es irgendwelche Themen, die du gern in der einen oder in der anderen Sprache lieber besprichst?
Yara Linss: Als wir nach Deutschland kamen, hat meine Mutter begonnen, Deutsch mit mir und meinen Geschwistern zu sprechen, damit sie auch die Sprache besser lernt. Seitdem ist Deutsch die Sprache bei uns zu Hause. Außer wenn es ernst wird, dann wird Portugiesisch gesprochen. Mein Alltag geschieht größtenteils in Deutsch, aber ich freue mich immer, wenn ich, egal über was, mit meinen brasilianischen Freunden, die hier in Deutschland leben, Portugiesisch sprechen kann.

EDC: Wer zwischen zwei Kulturen lebt, hat nicht selten ein gespaltenes Herz. Welcher Teil von dir ist brasilianisch; welcher deutsch?
Yara Linss: Wenn es um Freunde, das Miteinander und das Auf-andere-zugehen geht, habe ich das Gefühl, brasilianischer als deutsch zu sein. Das geht bei mir meist schneller, als es sonst in Deutschland üblich ist. Ich glaube im Alltag, wenn es um Organisation geht, da bin ich sehr deutsch, das heißt so gut es geht ordentlich und pünktlich (grins). Ich muss  sagen, ich bin sehr froh über dieses “gespaltene” Herz, es macht mich offen und neugierig gegenüber dem Fremden.

EDC: Reist du oft nach Brasilien? Gibt es irgendetwas Brasilianisches, das du hier in Deutschland vermisst?
Yara Linss: Ich versuche, regelmäßig nach Brasilien zu fliegen. Es ist nicht so leicht, da die Reise sehr teuer ist. Was ich hier sehr vermisse ist: Pão de queijo, Churrasco, das reichhaltige Angebot an Früchten und der intensive Geschmack von ihnen, Caipirinha, Catupiry, Pizza aus São Paulo, Samba und Forró.

EDC: Wann hast du angefangen zu singen? Und wann hast du dich entschieden, eine professionelle Sängerin zu werden?
Yara Linss: Mit 17 Jahren begann ich im Chor (Ulmer Spatzen Chor) zu singen und habe Gesangsunterricht erhalten. Nach dem Abitur entschloss ich mich, Musik zu studieren, mit Schwerpunkt Gesang. Erst klassisch, dann habe ich zu Jazz gewechselt. Zuerst in Maastricht (Holland), dann in Nürnberg.

EDC: Erzähl’ uns über deinen musikalischen Stil und deine CD “Samambaia”.
Yara Linss: Ich bin von vielen verschiedenen musikalischen Stilen geprägt. Angefangen mit klassischer Musik, die ich hauptsächlich in der Schulzeit durch einen verstärkten Musikunterricht und im Geigenunterricht erfahren habe. Im Studium war das Hauptthema Jazz, was mich in jener Zeit hauptsächlich fasziniert und beschäftigt hat. Die brasilianische Musik lief immer so nebenbei und selbstverständlich mit.
Nach meinen letzten zwei Alben, auf denen ich mich den Freiheiten des Jazz hingegeben habe, wollte ich einen Kreis schließen, und musikalisch nach Brasilien zurückkehren. Das hat sehr gut getan. Vor allem, weil ich in João, André und Márcio, drei wunderbare Musiker gefunden habe, die das so selbstverständlich und natürlich mit umgesetzt haben. Darüber bin ich sehr glücklich, und ich freue mich sehr, dass wir gemeinsam eine so schöne CD kreiert haben. Es sind Stücke von João, von mir, und von uns gemeinsam komponierte zu hören. Dadurch hat die Musik noch mal einen ganz eigenen Charakter gewonnen. Ich vertone sehr gerne Texte, die ich bei ganz unterschiedlichen Poeten und Textdichtern finde. Besonders glücklich bin über ich das titelgebende Gedicht “Samambaia”, von der brasilianischen Dichterin Maria Lúcia dal Farra. So bekommt eine alltägliche Pflanze eine so viel tiefere Bedeutung, das hat mich auch sehr inspiriert. In “Sou marinheira”, die Seefahrerin, wollte ich die bei mir immerwährende Sehnsucht nach Brasilien zum Ausdruck bringen. Die Stile auf der CD sind ganz unterschiedlich und so vielfältig wie eben die brasilianische Musik ist, mit Baião, Xote, Maracatu, Samba, MPB, Bossa Nova, Choro – Para matar essa saudade (um diese Sehnsucht zu bezwingen)…

Um mehr über Yaras Musikprojekte zu erfahren, könnt ihr hier ihre Webseite besuchen. Und wie wär’s mit einem Besuch auf einem ihrer Live-Konzerte?

Liebe Yara, danke für die tolle CD und das Interview!

Alles Liebe euch,
Rode
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