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Quando alguém se muda para fora do seu país, ele é influenciado pela cultura do lugar onde escolheu para viver. Morando aqui na Alemanha já há tantos anos, eu adotei vários costumes que são típicos daqui, escolhi não adotar outros e mantive várias características da minha cultura brasileira. E tudo isso é algo natural e muito bom!

Mas existe um processo inevitável pelo qual todo expatriado passa: À medida que ele vai se integrando mais na nova cultura, ele vai, de certa forma, se distanciando automaticamente da sua cultura original… Isso não significa necessariamente que ele a negue, mas ele vai adotando costumes que muitos compatriotas achariam estranho. No meu caso aqui na Alemanha posso citar, por exemplo: 1) Marcar encontros com (muita) antecedência; 2) Não entrar de sapatos em casa; 3) Perguntar abertamente ao aniversariante o que ele quer de presente (veja o artigo aqui)…

Quem de nós expatriados nunca escutou numa visita ao Brasil a frase Você tá muito alemã(o)!  Não que isso seja uma ofensa – de jeito algum! -, mas confesso que eu, pessoalmente, não gosto de escutar esta frase! E sabe por quê? Porque eu continuo, sim, muito brasileira! O Brasil e a língua portuguesa fazem parte de mim e disso eu não abro mão! Mudei, sim, mas diria que pra melhor: porque aprendi a ver o mundo com outros olhos e porque tive que rever alguns conceitos pelo fato de ter sido confrontada com outra mentalidade; porque descobri que nós brasileiros não somos os donos da verdade! Me tornei alemã em muitos pontos, mas a minha essência brasileira vai existir pra sempre dentro de mim!

Se você – assim como eu – mora aqui na Alemanha, quero te desafiar  a não deixar de lado a sua cultura de berço. Você quer aprender alemão ou melhorar os seus conhecimentos da língua? Corra atrás, faça cursos, mantenha bastante contato com amigos alemães… Mas não abra mão de ler, escrever e conversar (e muito!) em português… Você é casado(a) com um(a) alemão/alemã e tem filhos? Não abra mão de falar com eles em português!!!! Falando com eles na sua língua materna, você não está passando somente conhecimentos linguísticos da língua portuguesa para frente, como também está dando a eles a oportunidade de conhecer a sua cultura, a maneira de pensar e agir do seu povo e a possibilidade de expressar sentimentos em uma língua que é altamente rica em formas de expressar emoções.. Não é à toa que se chama a língua que expatriados passam para seus filhos de língua de herança – trata-se de um presente para eles!

Estando no Brasil, sou chamada de “alemã”; aqui sou “a brasileira”… Realmente não é fácil viver entre duas culturas, aliás, acho que é uma arte – a arte de se integrar no “novo mundo” sem perder as suas raízes!

Tudo de bom,
Rode


Wenn jemand seine Heimat verlässt und in ein anderes Land zieht, wird er automatisch durch die neue Kultur beeinflusst. Auch ich habe einige Gewohnheiten angenommen, die hier in Deutschland üblich sind; mich gegen andere entschieden und einige Eigenschaften beibehalten, die als „typisch brasilianisch“ gelten können. Und all das ist ganz natürlich…

Aber jeder Mensch, der in einem anderen Land lebt als in seiner Heimat, macht einen unvermeidbaren Prozess durch: Er distanziert sich allmählich von seiner Ursprungskultur, indem er sich in die neue Kultur integriert. Das heißt aber nicht unbedingt, dass er sie leugnet, aber Fakt ist, dass er anfängt, Dinge zu tun, die seinen Landsleuten eher seltsam vorkommen. In meinem Fall kann ich folgende Beispiele nennen: 1) Termine lange im Voraus planen; 2) Schuhe ausziehen; wenn ich nach Hause komme; 3) Das Geburtstagskind ganz offen fragen, was es sich zum Geburtstag wünscht (Hier ist der Artikel dazu)…

Wenn ich zu Besuch in Brasilien bin, höre ich ganz oft Sätze wie Du bist so deutsch geworden! Natürlich ist das nichts Schlimmes, aber ich höre es trotzdem nicht gerne! Und wisst ihr warum? Weil ich weiterhin Brasilianerin bin! Brasilien und die portugiesische Sprache sind nach wie vor ein (großer) Teil von mir, und das gebe ich nicht her! Durch den (langen) Kontakt zu einer neuen Kultur habe ich mich weiterentwickelt; ich habe gelernt, die Welt auch aus einer anderen Perspektive zu sehen, und festgestellt, dass es nicht nur die brasilianische Sicht der Dinge gibt… Ja, ich bin in vielen Dingen deutsch geworden, aber meine brasilianische Essenz, die habe ich weiterhin…

Leider machen viele den Fehler, sich von seiner Heimatkultur zu distanzieren. Klar, soll man sich integrieren – ich sage nicht, dass man das nicht soll! – aber das bedeutet nicht, dass man z.B. als ein in Deutschland lebender Brasilianer anfängt, mit seinen Kindern nur Deutsch zu sprechen… Viele vergessen, dass auch die portugiesische Sprache gefördert werden soll. Eigentlich ist das das größte Geschenk, das die Eltern an seine Kinder machen können, denn durch die Vermittlung der Muttersprache werden auch die Kultur, Mentalität und Weltanschauung eines ganzen Volkes vermittelt! Nicht umsonst nennt man im Portugiesischen die Sprache, die Eltern außerhalb ihrer Heimat an ihre Kinder weitergeben, „Erbsprache“. Ich verstehe sie als eine Art Geschenk, das man seinen Kindern macht!

Viele Brasilianer, die lange in Deutschland leben, werden das auch kennen: In Brasilien wird man als “Deutsche(r)“ bezeichnet; in Deutschland ist man „der/die Brasilianer(in)“. Zwischen zwei Kulturen zu leben ist oft gar nicht so einfach! Ich würde es als eine Kunst bezeichnen – die Kunst, sich in die „neue Welt“ zu integrieren, ohne seine Wurzeln zu verlieren!

Alles Liebe,
Rode

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Comentários | Kommentare

  • Mel

    Januar 13, 2015

    Eu acho que pra gente que veio pra ca cedo, em idade de ir ao colégio é até mais difícil. Somos super integrados, mas como você disse „ich gebe meine Brasilianischkeit haha nicht her“. E no Brasil os parentes que ficaram acham que somos alemãs, sendo que não foi necessáriamente a Alemanha quem tanto influenciou nas mudanças na personalidade e sim a mudança em si. Vir morar num país super diferente de casa sim é formador de caráter. Eu vim para cá com 10 anos, e continou contanto, e fazendo Kopfrechnen em português. Muttersprache halt 😉

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  • Januar 13, 2015

    Hallo Rode,

    was für ein schöner Post! Ich wohne hier in Deutschland seit meinem 14. Lebensjahr und kann das nur bestätigen… Alle Gewohnheiten kommen mir sehr bekannt vor, aber das größte Problem habe ich beim Naseputzen – wie befreiend es hier ist! Ich werde aber niemals die Blicke der anderen vergessen, als ich meine Nase einfach so, vor allen geputzt habe…

    Liebe Grüße
    Dani

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  • Ulrich Boldt

    Januar 13, 2015

    Hallo Rode, du hast immer gute Beiträge, aber der heutige Artikel gefällt mir sehr, sehr gut. Sich in die neue Welt zu integrieren ohne seine Wurzeln zu verlieren. Du sprichst aus, was ich dir und anderen Menschen, die von außerhalb nach Deutschland gekommen sind, wünsche. Du schreibst, Brasilien und die portugiesische Sprache sind nach wie vor ein ganz großer Teil von dir, und d a s g e b e i c h n i c h t h e r. Das solltest du auch niemals hergeben, ich würde es an deiner Stelle auch niemals tun. Aber sage bitte nicht, dass die Brasilianer die Weisheit nicht mit Löffeln gefressen haben. Das gilt vielleicht für manche Menschen, aber nicht für ein ganzes Volk.

    Eben habe ich die Rede des Bundespräsidenten Gauck gehört, die er auf Einladung des Zentralrats der Muslime auf einer Kundgebung auf dem Pariser Platz in Berlin gehalten hat. Er sagte vor den Menschen, die dort versammelt waren, wir alle sind Deutschland. Das ist auch meine Meinung.

    Ich gratuliere dir zu deiner Haltung.

    Ulrich

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  • Gerhard Baumgartner

    Januar 14, 2015

    Hallo Rode, super Bericht, stehe voll dazu. Bei mir ist es allerdings umgekehrt. Bin von Deutschland nach Brasilien gezogen. Dürfte vielleicht etwas schwieriger sein als umgekehrt. Habe aber viel Gedult und habe es noch nicht bereut.
    Gruss
    Gerhard

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  • Nilcilene

    September 24, 2015

    Eh assim mesmo que acontece, nao eh?! 🙂
    Eu tenho um filho pequeno que nasceu aqui e so converso em portugues com ele.
    Acho que ele precisa aprender sobre e vivenciar as duas culturas.
    Tambem adquiri alguns habitos alemaes que julgo serem pertinentes, como nao usar os sapatos de rua em casa, atravessar sempre no sinal, jogar o papel higienico no vaso, separar o lixo.
    Aprendo a cada dia, mas nao perderei minha essencia, JAMAIS!!!

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  • Denise

    September 4, 2016

    Conheci seu blog hoje, e estou adorando. Moro no Brasil e em Janeiro vou para a Alemanha com meu filho e meu marido. Ele foi transferido e vamos passar dois anos aí. Estou feliz e ao mesmo tempo muito preocupada pois meu filho vai fazer 12 anos e vai ter terminado o sexto ano, e não fala alemão, vamos fazer algumas aulas e a minha preocupação é, será que ele vai se adaptar? Agradeço a atenção e obrigada por compartilhar seus conhecimentos .

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  • Andre

    Februar 10, 2017

    Boa noite Rode,

    Adoro o seu blog, acompanho de Lisboa!!! estou em Portugal há quase 18 anos e adotei imensas coisas de Portugal. Por exemplo, não tratar por você uma pessoa que acabei de conhecer! Estranho não é? Outra coisa que adotei, sem perceber, foi ser muito direto, não andar com rodeios kkkkk. Felicidade pra você! O nome do seu blog tem muito sentido pra quem vive entre duas culturas!!!

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  • Louisa

    November 14, 2017

    Meine Mutter ist auch Brasilianerin, nur hat sie mir leider so gut wie nie dieses Lebensgefühl vermittelt, ich habe es selber entdecken müssen! Leider habe ich ab der Grundschule bis zum Abitur kein Portugiesisch gesprochen, so dass ich jetzt alles wieder lernen muss. Ich lese den Blog sehr gerne, denn er hilft mir dabei zu verstehen, wo ein Teil meiner Wurzeln liegt. Und dabei kann ich auch gleich noch Portugiesisch üben!
    Obrigada e
    Boa noite,
    Louisa 🙂

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